Medo na infância

Quando é preciso procurar ajuda?

 

O medo é uma emoção primária: isso significa que ele é inato a todos nós, independente de nacionalidade e cultura, e que o sentiremos em algum momento de nossas vidas. Todas as emoções têm uma função fundamental em nosso desenvolvimento – por isso, costumamos falar que elas são agradáveis e desagradáveis de se sentir, e não as classificamos como positivas ou negativas. Isso também acontece com o medo – embora ninguém goste de senti-lo, ele tem um papel fundamental em nossas vidas. E, como conversaremos a seguir, ele pode ser considerado uma emoção protetiva, o que pode ser aprendido desde cedo por nossas crianças.

 

Desde os primórdios, o medo protege o ser humano em situações de ameaça e perigo – gera uma série de efeitos no corpo que o preparam para lutar e fugir. E, pensando em nosso dia-a-dia, essa característica de proteção está presente: imagine se não tivéssemos medo de atravessar as ruas das grandes cidades e assim o fizéssemos, conforme nossa necessidade, sem nos atentarmos ao movimento dos carros? Nesse caso, o medo de sermos atropelados faz com que tomemos cuidado e sejamos prudentes. É assim que ensinamos nossos filhos a usar o medo a seu favor, para cuidar de si.

 

Mas quando sentido em excesso, o medo não nos protege – mesmo na infância, ele pode ser causa de muito sofrimento e prejuízo. Entre as crianças pequenas, é comum observarmos medo de monstros, fantasmas, bichos, de ficar longe dos pais, palhaço, entre outros. Já entre as maiores, do escuro, de pesadelo, de perder pessoas queridas, de altura, de se perder, da violência, de personagens de filmes, situações novas e mudanças – medos que também podem ser sentidos pelos adultos.